Plano de transformação ecológica do Brasil: avanços, desafios e o papel do mercado de seguros

30/05/2025 A convite da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), a subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda, Cristina Reis, participou do segundo encontro do ciclo “Diálogos Institucionais da Casa do Seguro”. O objetivo foi fazer um balanço dos três anos de vigência do Plano de Transformação Ecológica do Brasil e antecipar os próximos passos dessa iniciativa governamental. Ela destacou conquistas, atualizações e a importância da continuidade das ações ligadas ao Plano de Transformação Ecológica, desenvolvido pela pasta. O novo encontro dos “Diálogos Institucionais”, ocorrido nesta segunda-feira (26/05), na sede da MAPFRE, em São Paulo, ratifica o compromisso da Confederação em conectar o setor de seguros à agenda climática nacional. “Nosso objetivo é entender as prioridades do país, os desafios e as políticas, e pensar uma programação de conteúdo da Casa do Seguro que dialogue com os interesses do setor e contribua para a transição climática”, explicou o superintendente executivo de Gabinete da CNseg, Gustavo Brum, na abertura do evento. Para Cristina Reis, o Plano de Transformação Ecológica representa uma relevante contribuição para o desenvolvimento sustentável do país, ao alinhar o regime macroeconômico a políticas voltadas à sustentabilidade ambiental, à geração de emprego e à justiça social. “Clima e sustentabilidade são pautas transversais. O regime macroeconômico precisa endereçar três objetivos: sustentabilidade ambiental, geração de emprego e justiça social com elevação da produtividade”, destacou. Em sua apresentação, Cristina Reis abordou diversos eixos do plano, incluindo a reforma tributária, o novo arcabouço fiscal, o mercado de carbono e a taxonomia sustentável. Sobre o mercado de carbono, ela informou que a regulamentação está em andamento e que o Ministério da Fazenda tem atuado ativamente no processo, buscando construir uma estrutura robusta e eficiente. Já em relação à taxonomia sustentável, ela salientou o amplo processo de consulta pública e a participação de diversos setores, incluindo o de seguros, na construção de um padrão de referência para o país. “É um diálogo gigantesco, e todas as crises e conflitos distributivos do sistema produtivo do Brasil estão sendo considerados”, comentou. Cristina Reis também mencionou programas importantes, como o Ecoinvest Brasil, que visa atrair investimentos para projetos sustentáveis, e o programa MOVER, focado na descarbonização da indústria automotiva. Ela reforçou a necessidade de incorporar ciência, tecnologia e inovação para impulsionar a transformação da estrutura produtiva da economia. Ela também mencionou que, em janeiro, o Ministério da Fazenda lançou 25 prioridades para o ano, organizadas em três grandes conjuntos: Sustentabilidade macroeconômica – com destaque para o novo arcabouço fiscal; Melhoria do ambiente de negócios – com foco em reformas regulatórias e instrumentos como debêntures de infraestrutura; Reforma tributária – considerada uma das principais conquistas do governo, com potencial de reduzir o “Custo Brasil” e aumentar a produtividade das empresas. Cristina reforçou a importância da visão de desenvolvimento sustentável trazida pelo Plano de Transformação Ecológica, que orienta todas as políticas da Fazenda com base em três pilares: ambiental, social e econômico. Para isso, todos os instrumentos – fiscais, financeiros, administrativos e regulatórios – foram organizados em seis eixos temáticos, inspirados nos setores-chave de descarbonização definidos pelo IPCC: Transição energética Resíduos e economia circular Infraestrutura verde de adaptação Bioeconomia Sistemas agroalimentares e uso do solo Adensamento tecnológico da indústria Cristina destacou a importância de manter o equilíbrio entre a necessidade de planejamento e a urgência por resultados. “A transformação ecológica exige tempo, mas não pode atrasar. A coerência entre políticas e resultados concretos é o nosso maior desafio”, concluiu. Ao final, a subsecretária Cristina Reis reiterou o compromisso do governo com a implementação do Plano de Transformação Ecológica e se colocou à disposição para continuar o diálogo com o setor de seguros, fundamental para o sucesso da iniciativa. A CNseg reafirma seu papel de protagonista nesse debate, buscando sempre as melhores soluções para um futuro mais sustentável para o Brasil. O evento contou ainda com a presença de Cláudia Prates, nova diretora de Sustentabilidade da CNseg, que agradeceu o convite para integrar a equipe e ressaltou a importância da colaboração entre o setor de seguros e o governo. “Não há transição climática justa e inclusiva sem o setor de seguros. Vamos trabalhar juntos para agregar os esforços e levar uma mensagem forte à COP30”, declarou Prates. Seguros na COP 30 Iniciativa inédita no setor, a “Casa do Seguro” funcionará como uma central de discussões, com conexões entre o mercado de seguros e os demais setores econômicos, estimulando a convergência entre agentes públicos e privados, com ampla participação da sociedade civil. A agenda da Casa do Seguro estará focada no papel do setor na gestão de riscos climáticos e no financiamento de iniciativas sustentáveis. Na programação, destacam-se: debates e painéis temáticos; fóruns em parceria com entidades setoriais, organizações internacionais e contrapartes estrangeiras da CNseg; reuniões bilaterais; apresentação de produtos e serviços; e atividades culturais. Alguns eixos vão pautar a agenda da Casa do Seguro, como a proteção social e dos investimentos, as finanças sustentáveis, a infraestrutura resiliente, a inteligência climática, seguros & agronegócio, a descarbonização da frota brasileira e como os seguros podem auxiliar no desenvolvimento industrial mais sustentável. Para o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, o mercado segurador tem um papel de destaque na transição para uma economia mais verde e resiliente, e a atuação do setor na COP30 refletirá a importância de suas contribuições, em um cenário de agravamento das mudanças climáticas. “A Casa do Seguro será uma vitrine do nosso papel como facilitadores de inovação e mitigadores de riscos climáticos, reforçando nosso compromisso com o futuro sustentável do planeta. Esse projeto é o ponto alto de uma estratégia de posicionamento do setor segurador nas discussões climáticas que ganhou maior expressão a partir de 2023, na COP28, em Dubai, e estabelecerá um marco em Belém”, afirma. COMPARTILHE Mudanças climáticas desafiam previsibilidade, ampliam riscos e exigem inovação do setor seguros no Brasil • 01/07/2025 COP30: Setor de seguros assume papel estratégico na agenda climática da Amazônia • 26/06/2025 Do compromisso à prática: como as seguradoras podem ajudar a construir um futuro mais sustentável? • 24/06/2025 Plano de