COP30: Setor de seguros assume papel estratégico na agenda climática da Amazônia

Com quase 7 milhões de quilômetros quadrados, a floresta Amazônica se estende por nove países da América do Sul e abriga a maior floresta tropical do planeta. Cerca de 60% desse território está em solo brasileiro, o que faz do Brasil peça-chave nas discussões ambientais globais. Em 2025, o país terá a oportunidade de colocar a Amazônia no centro do debate internacional ao sediar, em Belém, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30.

A escolha de Belém, capital do Pará, como sede da COP30, é celebrada por lideranças empresariais e ambientais. Para Felipe Nascimento, CEO da Mapfre, a decisão “é uma oportunidade única para colocar a Amazônia no centro das discussões globais sobre mudanças climáticas ao mesmo tempo que promove a justiça social e o desenvolvimento sustentável”.

A executiva Erika Medici, CEO da AXA no Brasil, também destaca a relevância do evento. “Belém como sede da COP30 representa um marco na discussão sobre clima e biodiversidade. A Amazônia tem papel crucial na regulação climática global, e o setor de seguros não poderia estar fora desse fórum”.

Patrícia Coimbra, diretora de Gente e Cultura da Porto, reforça a importância de dar voz à região. “Quando se fala da pauta climática, Belém é uma das cidades que representa a região amazônica, que hoje fala muito da realidade e dos impactos das mudanças climáticas na população, na sociedade, nos negócios e para o futuro”. Para ela, “é muito importante, neste momento, a gente deslocar o centro das discussões de outras regiões para Belém e toda essa representatividade da Amazônia nessas discussões”.

A VP de Pessoas e Desenvolvimento Organizacional da Prudential, Gabriela Al-Cici, por sua vez, entende que a participação da sua seguradora na COP-30, em Belém, reforça o compromisso da empresa com a construção de um futuro mais sustentável. ‘’Como seguradora de vida, queremos ser agentes de transformação, contribuindo ativamente para soluções que unam desenvolvimento sustentável, cuidado com as pessoas e impacto positivo de longo prazo”.

O papel estratégico do setor de seguros

Com participação de 6% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a indústria de seguros chega à COP30 com papel estratégico nas discussões sobre riscos climáticos. A CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) levará para Belém a “Casa do Seguro”, espaço oficial do setor dedicado à promoção do mercado e de suas iniciativas alinhadas à agenda de transição climática.

“A Casa do Seguro significa uma posição conjunta do mercado segurador frente às mudanças climáticas. Essa posição dá um norte do que o setor pode fazer neste âmbito, contribuindo na conscientização e na valoração de risco e também nos investimentos em energia renovável. O setor segurador tem que se posicionar e a Casa do Seguro é o melhor marco possível para esse posicionamento do mercado”, avalia Eduard Folch, CEO da Allianz Seguros no Brasil.

A executiva Erika Medici, da AXA, ressalta que apoiar a Casa do Seguro é reflexo do compromisso da empresa com a pauta climática e o desenvolvimento sustentável. “O seguro é um instrumento essencial para a resiliência das comunidades e da economia e queremos contribuir ativamente para este debate e também queremos reforçar nosso compromisso com a prevenção e a conscientização de empresas e pessoas”, afirma.

André Cordeiro, superintendente de Estratégia de Mercado, Qualidade e ESG da Tokio Marine, acredita que a Casa do Seguro vai “colocar as seguradoras em destaque na discussão das variações climáticas, ajudando a sociedade a entender que o seguro tem papel fundamental na mitigação e na prevenção do risco climático”. Ele complementa: “Quanto mais a gente conseguir passar isso para a comunidade, a gente garante uma cultura securitária maior, aumentando assim o bolo de pessoas protegidas que, por si só, vai ajudar também a mitigar os impactos nas comunidades afetadas por eventos climáticos extremos”.

Patrícia Coimbra reforça: “É muito importante a gente não atuar só como uma empresa, mas como um mercado em prol dessa agenda tão crítica e tão relevante para a sociedade”. Felipe Nascimento, da Mapfre, concorda: “Como um dos setores mais importantes da economia brasileira, o mercado segurador tem um papel fundamental para o contexto das mudanças climáticas e o projeto da Casa do Seguro da CNSeg vai consolidar esse posicionamento. A Mapfre apoia essa iniciativa buscando contribuir com os debates e fortalecendo o seu compromisso com a sustentabilidade e a governança climática”.

Gabriela Al-Cici afirma que a Prudential sabe que “os impactos das mudanças climáticas afetam diretamente a saúde, a longevidade e o bem-estar das pessoas – especialmente das populações mais vulneráveis. Por isso, a sustentabilidade é um pilar estratégico, conectando proteção financeira à promoção da vida”, razão pela qual os programas da seguradora “têm papel fundamental nesse caminho, valorizando os jovens e fomentando a educação financeira desde cedo, com o objetivo de empoderar as novas gerações para que façam escolhas mais conscientes.

Legado

A realização da COP30 em Belém promete não apenas colocar o Brasil e a Amazônia no centro do debate climático global, mas também fortalecer o papel do setor de seguros como agente de transformação e resiliência diante dos desafios impostos pelas mudanças do clima.

O evento deve impulsionar investimentos em infraestrutura sustentável, promover a conscientização sobre riscos e incentivar a adoção de práticas inovadoras para proteger comunidades e negócios.

Com a Casa do Seguro, o setor pretende deixar um legado de engajamento, inovação e compromisso com o futuro do planeta, mostrando que a proteção vai além das apólices (contratos de seguro): é também um compromisso com a sustentabilidade, a justiça social e a preservação da Amazônia para as próximas gerações.

Seguros na COP 30

Iniciativa inédita no setor, a “Casa do Seguro” funcionará como uma central de discussões, com conexões entre o mercado de seguros e os demais setores econômicos, estimulando a convergência entre agentes públicos e privados, com ampla participação da sociedade civil.

A agenda da Casa do Seguro estará focada no papel do setor na gestão de riscos climáticos e no financiamento de iniciativas sustentáveis.

Na programação, destacam-se:

  • debates e painéis temáticos;
  • fóruns em parceria com entidades setoriais, organizações internacionais e contrapartes estrangeiras da CNseg;
  • reuniões bilaterais;
  • apresentação de produtos e serviços; e
  • atividades culturais.

 

Alguns eixos vão pautar a agenda da Casa do Seguro, como a proteção social e dos investimentos, as finanças sustentáveis, a infraestrutura resiliente, a inteligência climática, seguros & agronegócio, a descarbonização da frota brasileira e como os seguros podem auxiliar no desenvolvimento industrial mais sustentável.

Para o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, o mercado segurador tem um papel de destaque na transição para uma economia mais verde e resiliente, e a atuação do setor na COP30 refletirá a importância de suas contribuições, em um cenário de agravamento das mudanças climáticas.

“A Casa do Seguro será uma vitrine do nosso papel como facilitadores de inovação e mitigadores de riscos climáticos, reforçando nosso compromisso com o futuro sustentável do planeta. Esse projeto é o ponto alto de uma estratégia de posicionamento do setor segurador nas discussões climáticas que ganhou maior expressão a partir de 2023, na COP28, em Dubai, e estabelecerá um marco em Belém”, afirma.

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