Como a tecnologia tem sido usada pelas empoderadoras na precificação do risco
- 11/09/2025
Calcular o risco com precisão sempre foi um dos maiores desafios do setor de seguros, mas as mudanças climáticas elevaram ainda mais essa complexidade. De enchentes devastadoras a incêndios florestais de grande magnitude, as seguradoras precisam ir além das tradicionais análises históricas e abraçar inovações tecnológicas para proteger clientes e negócios com agilidade e precisão.
Em meio a esse desafio, as seguradoras têm aproveitado o avanço acelerado das tecnologias digitais para transformar radicalmente a maneira como avaliam e precificam seus riscos. Inteligência artificial (IA), big data, internet das coisas (IoT) e aprendizado de máquina tornaram possível analisar volumes enormes de dados com agilidade e precisão inéditas, permitindo modelos personalizados e adaptáveis às novas realidades climáticas.
Rafael Citelli, diretor de Precificação da Porto Seguro, destaca o uso de tecnologias emergentes para aprimorar a análise de dados em funções chave como subscrição, precificação de riscos e análise de sinistros. “O uso de Inteligência Artificial é um pilar central nessa estratégia, aplicada para analisar grandes volumes de dados, o que permite uma avaliação mais precisa dos riscos. Seguimos investindo em GenAI e na aplicação da inteligência artificial em diversas fases da jornada do cliente, desde o cálculo do preço até a regulação de sinistros, buscando maior eficiência e agilidade”, diz.
Para Fabio Morita, diretor-executivo de Auto, Massificados e Vida da Allianz, o uso de geocodificação e análise espacial possibilita mapear minuciosamente áreas de exposição a riscos como alagamentos e queimadas, associando ativos e negócios às vulnerabilidades locais específicas. “Combinamos essas informações em nossos modelos de precificação, e a IA cruza esses dados para gerar insights preditivos com maior agilidade e acurácia, que suportam decisões técnicas e estratégicas,” explica Morita.
Com mais de 2,5 milhões de veículos segurados e uma base histórica robusta, a Allianz tem identificado padrões sazonais e climáticos que impactam diretamente a frequência e a severidade dos sinistros (riscos previstos em contrato), ajustando seus produtos de forma dinâmica para atender a essas demandas.
André Cordeiro, superintendente de Estratégia de Mercado, Qualidade e ESG da Tokio Marine, complementa que a utilização de múltiplos modelos preditivos — que estimam tanto a probabilidade do sinistro quanto o custo provável — é rotina na precificação.
Ele aponta o uso de técnicas avançadas de IA como clusterização e algoritmos de otimização, que consideram também a propensão de venda junto com o risco. “Estamos constantemente aprimorando esses modelos e promovendo discussões globais dentro do Grupo Tokio Marine para identificar medidas de mitigação e incorporar variáveis climáticas relevantes,” afirma Cordeiro.
Na AXA, a combinação entre IA e IoT é usada para converter dados em insights acionáveis, sobretudo em tempo real. Sensores embarcados monitoram comportamento e exposição ao risco de veículos e máquinas, ampliando a capacidade de subscrição, precificação e prevenção, explica Arthur Mitke, vice-presidente de Subscrição e Sinistros no Brasi.
“Nossa central de monitoramento AXA Torre 360 exemplifica como conseguimos antecipar riscos e oferecer soluções customizadas para evitar sinistros,” explica Mitke. O uso inteligente dos dados também acelera processos internos, como a análise e o pagamento de sinistros, elevando a eficiência e a satisfação do cliente.
O uso da telemetria no gerenciamento de riscos de transporte é outro exemplo prático da tecnologia aliada à segurança e inovação. Monitorar rotas, paradas e condições da carga ajuda a evitar perdas e ajustar tarifas de forma precisa. Além disso, as seguradoras reforçam o compromisso com a ética no uso dos dados, garantindo que a privacidade e segurança das informações dos segurados sejam prioridade absoluta.
Precificação personalizada
Ao cruzar uma multiplicidade de fontes de dados — históricos de sinistros, variáveis climáticas, comportamento do consumidor, localização geográfica — as seguradoras conseguem identificar tendências emergentes e ajustar suas ofertas conforme o ambiente de risco muda. A personalização da precificação representa uma das maiores revoluções no setor, entregando preços justos e adequados ao perfil real do cliente, e não baseados em médias genéricas de mercado.
Com o auxílio das tecnologias emergentes, o setor de seguros atravessa um processo de transformação, capaz de enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas e oferecer soluções cada vez mais ágeis, inteligentes e alinhadas aos perfis individuais dos segurados — abrindo caminho para um futuro onde o equilíbrio entre segurança e inovação caminha lado a lado.
Sobre a Casa do Seguro
A Casa do Seguro estará situada em local muito próximo ao espaço oficial da COP30. Além da programação de conteúdo, promoverá iniciativas de responsabilidade social, prestigiando a economia e a mão de obra locais. O projeto é ambientalmente responsável e foi desenvolvido dentro dos conceitos de evento neutro e resíduo zero, prevendo ainda uso eficiente de água e energia.
Com o apoio de seus empoderadores – Allianz, AXA, Bradesco Seguros, MAPFRE, Marsh, Porto, Prudential, Tokio Marine e Marsh McLennann – a Casa funcionará em 1,6 mil m² de área útil, acomodando plenária com 100 lugares, seis salas de reunião, business lounges, estúdio para gravação de podcasts, sala de imprensa, espaço de convivência e área para exposições artísticas e apresentações culturais.
Na programação, destacam-se:
- debates e painéis temáticos;
- fóruns em parceria com entidades setoriais, organizações internacionais e contrapartes estrangeiras da CNseg;
- reuniões bilaterais;
- apresentação de produtos e serviços; e
- atividades culturais.
Alguns eixos vão pautar a agenda da Casa do Seguro, como a proteção social e dos investimentos, as finanças sustentáveis, a infraestrutura resiliente, a inteligência climática, seguros & agronegócio, a descarbonização da frota brasileira e como os seguros podem auxiliar no desenvolvimento industrial mais sustentável.