O PAPEL DO SEGURO NA
TRANSIÇÃO CLIMÁTICA

Seguro
e clima

Resiliência e
estabilidade

Pioneirismo em
sustentabilidade

Alcance do
seguro no Brasil

Perdas globais com
desastres naturais

Agenda do setor na
adaptação climática

Reflexos econômicos da
mudança climática no Brasil
SEGURO E CLIMA
No ano em que o Brasil receberá a COP30, em Belém, o alerta para a frequência e a intensidade dos eventos climáticos extremos é preocupante.
Em termos globais, as perdas econômicas de 2024, decorrentes de desastres naturais, chegaram a US$ 368 bilhões, sendo que apenas 40% delas estavam seguradas, evidenciando uma lacuna de proteção de aproximadamente US$ 211 bilhões.
No Brasil, o cenário tem sido igualmente alarmante: entre 2013 e 2022, perdas no setor privado totalizaram R$ 320,1 bilhões, com 90% concentradas na agricultura e pecuária.
Em 2024, uma conjugação de eventos colocou o país no mapa global de altos riscos, integrando o grupo das localidades mais atingidas por desastres climáticos. Foram registrados 1.690 eventos naturais em todo o território brasileiro, uma média superior a quatro por dia.
Entre os episódios mais dramáticos estiveram os incêndios florestais que impactaram 15,4 milhões de pessoas em várias regiões do país, com destaque para o bioma Amazônia, gerando danos de R$ 1,3 bilhão; e as chuvas intensas do Rio Grande do Sul que, em intensidade raramente vista, totalizaram prejuízos estimados em quase R$ 100 bilhões, com somente 6% das perdas amparadas pela proteção do seguro.
No ano em que o Brasil receberá a COP30, em Belém, o alerta para a frequência e a intensidade dos eventos climáticos extremos é preocupante.
Em termos globais, as perdas econômicas de 2024, decorrentes de desastres naturais, chegaram a US$ 368 bilhões, sendo que apenas 40% delas estavam seguradas, evidenciando uma lacuna de proteção de aproximadamente US$ 211 bilhões.
No Brasil, o cenário tem sido igualmente alarmante: entre 2013 e 2022, perdas no setor privado totalizaram R$ 320,1 bilhões, com 90% concentradas na agricultura e pecuária.
Em 2024, uma conjugação de eventos colocou o país no mapa global de altos riscos, integrando o grupo das localidades mais atingidas por desastres climáticos. Foram registrados 1.690 eventos naturais em todo o território brasileiro, uma média superior a quatro por dia.
Entre os episódios mais dramáticos estiveram os incêndios florestais que impactaram 15,4 milhões de pessoas em várias regiões do país, com destaque para o bioma Amazônia, gerando danos de R$ 1,3 bilhão; e as chuvas intensas do Rio Grande do Sul que, em intensidade raramente vista, totalizaram prejuízos estimados em quase R$ 100 bilhões, com somente 6% das perdas amparadas pela proteção do seguro.
EM TEMPOS DE URGÊNCIA CLIMÁTICA,
A CNSEG REITERA O COMPROMISSO DO
SETOR DE SEGUROS EM CONTRIBUIR PARA O
PROTAGONISMO DO BRASIL NA AGENDA
DO CLIMA, OFERECENDO SOLUÇÕES PARA
PROTEÇÃO SOCIAL E DE INVESTIMENTOS.
- Seguro Social Catástrofe
- Green Bonds e Investimentos Sustentáveis
- Proteção de Investimentos em Infraestrutura
- Seguro Rural e Fundo Rural
- Hub de Riscos Climáticos
- Taxonomia Sustentável Brasileira
- Soluções Baseadas na Natureza
RESILIÊNCIA E ESTABILIDADE
O mercado
segurador gera
266 mil
empregos
diretos e
responde pelo
pagamento de
R$ 70 bilhões
em impostos.
A adaptação climática tem imposto desafios significativos à sociedade e à economia global. Essa é uma realidade que demanda urgência na implementação de medidas para mitigar riscos e proteger vidas, patrimônios e investimentos.
Neste contexto, o setor de seguros consolida sua vocação como fonte de inteligência e oferta de soluções que promovem a resiliência e a estabilidade diante das incertezas climáticas.
Historicamente, o setor experimenta uma sólida trajetória de crescimento, oferecendo importante contribuição para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Como investidor institucional, financia 26% da dívida pública nacional, com ativos financeiros da ordem de R$ 2,3 trilhões e arrecadação setorial que alcança 6,2% do PIB, colocando o Brasil como mercado líder na América Latina e 12º em escala global.
O mercado segurador gera 266 mil empregos diretos e responde pelo pagamento de cerca de R$ 70 bilhões em impostos.
PIONEIRISMO E SUSTENTABILIDADE
A agenda de sustentabilidade do setor de seguros precede o foco dado ao tema em tempos recentes.
2006
CRIAÇÃO DO HUB
PRÓ-SUSTENTABILIDADE,
NO ÂMBITO DA UNEP-FI
2012
RIO +20: LANÇAMENTO DOS PSI,
COM A CNSEG COMO
COFUNDADORA DA INICIATIVA DA ONU
2024
LANÇAMENTO DO FIT,
COM ADESÃO
PIONEIRA DA CNSEG
Em 2006, no âmbito da iniciativa United Nations Environment Programme Finance Initiative (UNEP FI), a CNseg articulou, ao lado de seguradoras e associações internacionais, a criação de um hub para atuação em prol da sustentabilidade.
Em 2012, na Rio+20, foram lançados os Princípios para Sustentabilidade em Seguros (PSI), tendo a CNseg como instituição cofundadora da principal referência internacional de sustentabilidade em seguros.
Em 2024, durante a COP29, em Baku, a Confederação reinaugurou este pioneirismo, tornando-se a primeira entidade setorial do mundo a aderir oficialmente ao Fórum para a Transição de Seguros para Net Zero (FIT), liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O FIT tem como objetivo multiplicar, em escala global, o conhecimento sobre o seguro e seu enorme potencial na implementação de estratégias para a adaptação climática.

PERDAS GLOBAIS COM
DESASTRES NATURAIS
US$ 368 bilhões foi o total de perdas econômicas decorrentes de desastres naturais em 2024. Em 2023, foram US$ 397 bilhões.
US$ 145 bilhões foi o total de perdas seguradas em 2024, contra US$ 126 bilhões em 2023.
60% foi a lacuna de proteção da economia em 2024.
Brasil, Espanha, Emirados Árabes Unidos e Vietnã registraram alguns dos eventos mais onerosos da história para o setor de seguros desses países.
2024 foi o ano mais quente já registrado no planeta, com pelo menos 20 países e territórios registrando temperaturas recordes e muitos meses consecutivos de calor.
US$ 2/4 bilhões: valor do impacto nos sistemas globais de saúde até 2030.
REFLEXOS ECONÔMICOS DA MUDANÇA CLIMÁTICA NO BRASIL
R$ 327,4 bilhões foi o volume de prejuízos causados pelos desastres naturais para a iniciativa privada (2014 a 2024).
94% dos municípios brasileiros decretaram emergência, entre 2013 e 2024.
R$ 100 bilhões foi o prejuízo provocado pelas inundações no Rio Grande do Sul (2024), com apenas 6% das perdas cobertas por seguros.
15,4 milhões de pessoas foram impactadas por incêndios florestais em 2024, com prejuízos econômicos de R$ 1,3 bilhão.
1.690 desastres naturais foram registrados no Brasil apenas em 2024, uma média superior a 4 por dia.
AGENDA DO SETOR
NA ADAPTAÇÃO CLIMÀTICA
CENÁRIO:
Atualmente em discussão em diversos segmentos da sociedade brasileira, este instrumento poderá viabilizar amparo financeiro para vítimas de desastres provocados por inundações, alagamentos ou desmoronamentos, prevendo indenização emergencial e auxílio funeral. Em apoio à estratégia de adaptação nacional, cumprirá a função de auxílio emergencial, mas contribuirá também para a disseminação da cultura do seguro na população, aumentando o nível de confiança e compreensão sobre produtos e serviços já disponíveis. A adoção desta proposta representará um importante passo para reverter o ciclo de vulnerabilidade e baixa proteção contra eventos climáticos.
INICIATIVA:
A adoção deste instrumento depende de aprovação de Lei específica. Há projetos similares em tramitação no Congresso Nacional que podem ser utilizados como base para a construção do modelo. O Seguro Social Catástrofe prevê indenização emergencial em torno de R$ 10 mil por residência afetada e auxílio funeral, em casos de óbito, no valor de R$ 5 mil, com pagamento por meio do PIX, para garantir recursos para as vítimas dessas tragédias. Trata-se de um seguro privado, de contratação obrigatória, subsidiado por arrecadação ampla, mediante cobrança mensal, entre R$ 2 e R$ 3, na conta de luz ou telefonia móvel, isentados os participantes de programas sociais governamentais.
CENÁRIO:
Como um dos maiores investidores institucionais do Brasil, com ativos equivalentes a 26,5% da dívida pública nacional, o setor de seguros tem potencial significativo para viabilizar projetos verdes que contribuam para a preservação ambiental.
INICIATIVA:
Após o sucesso de duas emissões recentes de títulos soberanos sustentáveis no exterior, o setor segurador propõe ampliar essa medida por meio da emissão de novos títulos soberanos sustentáveis, desta vez no mercado doméstico, visando o apetite de investidores institucionais, em especial seguradoras. Atualmente, o setor segurador possui compromissos de aproximadamente US$ 340 bilhões com seus clientes. Essas obrigações devem ser lastreadas por ativos financeiros, conhecidos como ativos garantidores, com parcela significativa desse valor alocada em títulos públicos federais com diversos vencimentos e indexadores. Nesse contexto, os títulos soberanos sustentáveis podem representar uma alternativa estratégica, conectando a capacidade de investimento do setor com a necessidade de financiar a agenda sustentável do país.
CENÁRIO:
O seguro é um instrumento fundamental para o cumprimento de obrigações contratuais, e a expectativa do setor é vê-lo amplamente incorporado aos projetos de infraestrutura, com inclusão obrigatória nas licitações de serviços de construção e engenharia, de forma a proteger os investimentos públicos e dar proteção jurídica ao Estado.
INICIATIVA:
A nova Lei de Licitações (nº 14.133/21) foi um passo importante nessa direção. A nova regulamentação prevê, entre outras atualizações, que nos casos em que a cláusula de retomada esteja prevista na licitação, o percentual da Fiança poderá ser de até 30% do valor inicial do contrato. Isso já pode ser observado na prática no estado do Mato Grosso, nas obras de construção e pavimentação da rodovia MT-130, avaliadas em aproximadamente US$ 21,8 milhões. No entanto, o setor defende que a questão do seguro seja considerada pelos legisladores em novas áreas — em especial considerando a execução de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, que tem investimentos estimados em US$ 320,7 bilhões — e a exigência desse instrumento para mitigar riscos relacionados a danos e descumprimento de obrigações para a efetiva conclusão dos projetos. Atualmente, aproximadamente 40% dos projetos públicos no Brasil estão paralisados.
CENÁRIO:
Considerando as crescentes perdas no campo, o seguro rural tornou-se essencial não apenas para a segurança financeira dos agricultores, mas também para a manutenção da atividade agrícola no Brasil. Seu impacto se estende ao papel do país como provedor global de segurança alimentar. Atualmente, apenas 7,7% da área agrícola cultivada no Brasil (7,3 milhões de hectares) é coberta pelo seguro rural. Esse benefício abrange 87 mil produtores, número ainda baixo se comparado ao total de cinco milhões registrados no país.
INICIATIVA:
Para mudar esse cenário, o setor segurador apoia a modernização do Fundo do Seguro Rural. O objetivo é transformá-lo, conforme previsto na Lei Complementar nº 137, em um instrumento de estabilização capaz de absorver choques causados por perdas excepcionais, garantindo a sustentabilidade da produção a longo prazo. A proposta prevê que o Fundo tenha caráter privado e seja composto por aportes do governo federal (até US$ 754,7 milhões), além de aportes de seguradoras e resseguradoras que atuam no setor. Para fortalecer esse movimento, a CNseg desenvolveu um protocolo interno e está trabalhando em uma ferramenta de georreferenciamento. Essa tecnologia integrará bancos de dados de riscos socioambientais e climáticos, permitindo que as seguradoras avaliem e atribuam um grau de risco, aprimorando a gestão e a tomada de decisões.
CENÁRIO:
É essencial que o setor de seguros esteja mais alinhado com a ciência climática. O Climate Risk Hub fornecerá um banco de dados e informações específicas por região sobre os impactos de eventos climáticos em diversos cenários, ajudando as seguradoras a entender os riscos e a adaptar suas estratégias, a fim de desenvolver novos produtos e expandir sua cobertura, com uma nova perspectiva de eficácia e resiliência.
INICIATIVA:
O primeiro passo para a consolidação do Hub será o lançamento de uma plataforma integrativa, centralizando dados externos sobre riscos climáticos, como históricos de desastres, projeções de impacto e indicadores de vulnerabilidade municipal. Na próxima fase, serão adicionados os dados das seguradoras sobre os impactos de eventos climáticos extremos, como sinistros e perdas. A plataforma permitirá a comparação de dados de mercado e a criação de análises personalizadas. Na fase final, o Hub fornecerá relatórios que correlacionam dados macroeconômicos com impactos climáticos e ferramentas avançadas de gestão de riscos.
CENÁRIO:
A CNseg apoia o desenvolvimento da Taxonomia Brasileira da Sustentabilidade, integrando o Comitê Consultivo Interministerial liderado pelo Ministério da Fazenda. Para o setor de seguros, a taxonomia é de fundamental importância, considerando, principalmente, sua capacidade de atuar como investidor no desenvolvimento sustentável do país. Em uma segunda perspectiva, a relevância da taxonomia reside na capacidade do seguro de influenciar ações positivas por meio de decisões de subscrição. O seguro deve ser reconhecido como uma salvaguarda essencial na classificação sustentável de projetos, funcionando como um dos instrumentos mais eficazes para garantir o alcance das metas de adaptação e resiliência socioambientais.
INICIATIVA:
Paralelamente às contribuições para a Taxonomia Brasileira da Sustentabilidade, o setor de seguros já está trabalhando no desenvolvimento de sua própria taxonomia. O objetivo é impulsionar a inovação e a responsabilidade socioambiental em toda a cadeia de valor do setor, em linha com os objetivos definidos na taxonomia nacional. A taxonomia própria do setor fornecerá uma base importante para o desenvolvimento e adaptação de produtos e serviços que atendam às necessidades de setores e projetos estratégicos para o desenvolvimento sustentável do país.
CENÁRIO:
O desmatamento é o principal fator de perda de biodiversidade no Brasil e um dos principais agravantes da crise climática. A preservação dos ecossistemas é essencial para mitigar as emissões de GEE e evitar que a interconexão entre a crise climática e a perda de biodiversidade se torne irreversível. Soluções baseadas na natureza podem contribuir com até 37% da mitigação necessária para manter o aquecimento global abaixo de 2°C. Diante desse potencial, o setor de seguros promove iniciativas que visam fortalecer a resiliência ambiental, aprimorar o capital natural e garantir a sustentabilidade a longo prazo.
INICIATIVA:
A CNseg tem mantido discussões com seus membros, o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para expandir a disponibilidade de seguros para concessões florestais com foco em restauração, preservação e manejo sustentável. Atualmente, esses produtos de seguros são personalizados e cobrem poucos riscos críticos, como desmatamento e incêndios em florestas nativas. O objetivo da CNseg é fortalecer a capacidade das seguradoras, garantindo maior proteção e tornando o seguro uma exigência nos processos licitatórios, assegurando assim a sustentabilidade financeira e operacional das concessionárias florestais e, assim, impulsionando soluções baseadas na natureza.
ALCANCE DO SEGURO NO BRASIL
O gap de proteção de seguro – a diferença entre as perdas econômicas e o valor efetivamente coberto por seguros – representa um risco significativo para indivíduos, empresas e para a economia do país.
Os dados a seguir evidenciam a necessidade de ampliar o alcance do seguro no Brasil e destacam um quadro preocupante que a CNseg tem se empenhado para transformar.

Apenas 16,6% da frota
nacional de automóveis ou
21 milhões
de veículos contam com
seguro automotivo

Planos de previdência privada são contratados por somente 10,1% da população economicamente ativa ou
14,1 milhões
de pessoas

Somente 17% das
residências brasileiras ou
11 milhões
estão cobertas por
seguro domiciliar

Planos privados de assistência médica são contratados por cerca de um quarto da população brasileira: 25,7% ou
52,7 milhões
de pessoas

Apenas 7,7% da área
agrícola cultivada do país ou
7,3 milhões
de hectares de área plantada
estão cobertas pelo seguro rural
LOCAL: Tv. Alferes Costa, 2828 – Pedreira – Belém/PA